Na semana passada, eu e a Lari Azevedo fomos convidadas para a cabine de imprensa do filme “The disappointment room” traduzido como “O quarto dos esquecidos”.
Pelo pôster do filme divulgado no convite, me preparei para assistir um filme de terror psicológico e sair do cinema morrendo de medo, com noites insones e dias sem me esquecer da trama, mesmo o gênero destacado como suspense.
O quarto dos esquecidos
Sinopse: Uma mãe e seu filho se mudam para uma casa dos sonhos, em um ambiente rural. Logo, eles percebem que o sótão esconde uma história assustadora.
Elenco: Kate Beckinsale, Lucas Till, Gerald McRaney e mais.
Diretor: D.J. Caruso
Gênero: Suspense
Distribuidora: Imagem filmes
Classificação: 14 anos
Estreia: 24/11/2016
Apesar da sinopse citar apenas a mãe, é por intermédio do pai que a família decide se isolar em uma cidade afastada de tudo.
A mãe, Dana, interpretada por Kate Beckinsale, parece uma mulher sensível ao oculto e desde o início da trama demonstra certo receio com a nova casa. O que não explica é se ela escolheu a moradia junto com o marido, mas deixa margem a acreditarmos que sim, pois no começo da história ela se questiona se os caminhões de mudança conseguiram chegar lá pelo mapa que ela desenhou.
O que me deixou com uma pergunta: como a pessoa se muda pra um lugar que, claramente, não confia?
A mudança faz parte de uma tentativa familiar em deixar uma tragédia para trás, ou ao menos, seguir em frente.
David, interpretado por Mel Raido, me passou a sensação de ser um homem que não se importa com a esposa, folgado e também relaxado, diferente de Dana que, apesar de parecer bem perturbada, é decidida, forte, batalhadora. Só o admirei em dois momentos da trama, um eu posso contar: ele é muito atencioso com o filho! O outro seria spoiler então deixo para conhecerem quando assistirem o longa.
A maior parte do filme se desenvolve pela perspectiva da Dana e percebemos, em alguns momentos, que eles tinham uma filha menor e que ela morreu tragicamente, o que mexeu bastante com a estrutura psicológica da mulher. Ficamos em dúvida durante quase todo o filme se ela teve culpa na tragédia ou o filho, pois aparentemente ela o evita. As respostas são dadas e, apesar de clichê, nos impactam.
O cenário é bastante sombrio, pois a casa é isolada, antiga, com muitas árvores ao redor, e chuva em boa parte das cenas, o que nos mantém em constante angustia e na expectativa do pior.
A Dana é arquiteta e está empenhada em arrumar a casa que precisa de muitos reparos, mas, um quarto isolado no sótão e que não está na planta original da casa, chama a sua atenção e ela se torna obcecada pela história dos antigos moradores. Descobrimos que as crianças nascidas com doenças ou deficiências eram consideradas vergonha para as famílias e costumeiramente escondidas por elas em quartos como o do sótão, chamados “quarto dos esquecidos”. Eram crianças dadas como mortas para a sociedade e que eram cuidadas por seus pais ou um criado muito confiável.
A protagonista passa boa parte da trama tendo visões com a família anterior, ouvindo vozes, vendo a menina do quarto dos esquecidos e até mesmo um horrível assassinato e ficamos sem saber se o que ela vê são fantasmas ou fruto de sua imaginação e o que todo o seu desequilíbrio fará com sua família.
Apesar da trama pesada e do constante apelo psicológico, não consegui acreditar na história quando o filme terminou. Senti o clichê e também que as perguntas não foram realmente respondidas. Se eu comentar minha opinião completa darei spoiler, então não vou comentar tudo.
O filme está incrível no quesito cenário, fotográfica, interpretação e personagens. Até o garoto é incrivelmente talentoso! Uma pena a trama não ser tão envolvente assim.
Eu acredito que espíritos podem perturbar pessoas e que casas podem guardar tragédias e ser lugares pesados de se morar, espiritualmente falando, por isso não me convenci no final, no entanto, eu assistiria novamente para pegar mais detalhes do filme sem o medo que senti o tempo todo, pois esperava ver mais momentos de terror e pânico.
Para quem curte um suspense psicológico o filme é bastante recomendado.
Agradecemos o convite da Imagem Filmes para a cabine de imprensa.
Beijão,
Mari Scotti