Cinza foi a cor da estação no mundo literário em 2012. Seja pela sobriedade das telas dos e-readers, cada vez mais acessíveis e disputando as atenções dos leitores, seja pela trilogia Cinquenta Tons de Cinza, best-seller erótico (e onipresente) que se grudou como carrapato no topo das listas de mais vendidos.
Prazer milionário
O livro-fenômeno de 2012 começou como uma ficção de fã com os personagens da saga Crepúsculo, de Stephenie Meyer, e depois varreu o planeta, trazendo sexo sadomasô para a receita mais ou menos uniforme dos best-sellers românticos açucarados. O livro da executiva de TV inglesa E.L. James vendeu mais de 40 milhões de exemplares ao redor do mundo
Saiu de cena
Ano de grandes perdas, algumas delas gigantescas. Foi-se, em março, uma das mais radicais e irridentes inteligências brasileiras, Millôr Fernandes. Em agosto, calou-se outro intelectual de verve crítica indomável, o patrício das letras americanas, Gore Vidal. Outros ausentes incluem o romancista mineiro Autran Dourado, o ex-diretor do Instituto Estadual do Livro,Arnaldo Campos (ambos em setembro), o autor e diretor Alcione Araújo (novembro) e o poeta e ensaísta Décio Pignatari (dezembro).
Leitura digital
O mercado brasileiro de potenciais leitores digitais tornou-se cobiçado. A Livraria Cultura lançou seu modelo de leitor eletrônico, o Kobo. A gigante Amazon estreou versão nacional de seu site de vendas e baixou o preço do Kindle. A Apple lançou no Brasil sua livraria virtual – com e-books nacionais.
Susto Verissimo