Título: A verdade sobre o caso Harry Quebert
Autor: Joël Dicker
Editora: Intrinseca
Número de Páginas: 572
Classificação: 4/5 estrelas
Marcus Goldman viu sua vida se transformar radicalmente. Com apenas vinte e oito anos, publicou um livro que se tornou um best-seller e o alçou ao status de celebridade, com direito a um apartamento chique em Manhattan, um carrão, uma namorada estrela de TV e presenças constantes nos tapetes vermelhos, além de um contrato milionário para um novo romance. E então foi acometido pela doença dos escritores: a síndrome da página em branco. A poucos meses do prazo para a entrega do novo original, pressionado por seu editor e por seu agente, Marcus não consegue escrever nem uma linha sequer.
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Aclamado pela crítica internacional, A verdade sobre o caso Harry Quebert é um livro que surpreende em alguns pontos, mas deixa a desejar no desenvolvimento da narrativa (mais especificamente o meio do livro), como se o autor tivesse se preocupado apenas em desenvolver o começo e o fim, deixando o “recheio” do livro meia boca.
Joël Dicker conseguiu me levar para dentro da cena, e em certos pontos (no começo do livro) comecei a duvidar se aquela história não era baseada em fatos reais, dada a riqueza de detalhes e intensidade da trama.
Os personagens criados pelo autor são interessantes e cada um tem seus conflitos internos. O destaque vai para Marcus Goldman, escritor best-seller e protagonista do livro que vai a fundo na investigação para descobrir a verdade sobre o escândalo que envolve seu amigo Harry Quebert.
As passagens mais interessantes do livro são as partes do personagem Harry Quebert, que dá dicas de como escrever/estruturar um livro. O protagonista é um escritor com bloqueio criativo, e se você costuma escrever ou já passou por isso (quem nunca?) vai se identificar e aproveitar as dicas do Harry.
– Se os escritores são criaturas frágeis, Marcus, é porque são passíveis de conhecer dois tipos de sofrimentos sentimentais, ou seja, duas vezes mais que os seres humanos normais: as dores de amor e as dores literárias. Escrever um livro é como amar alguém: pode acabar sendo muito doloroso.
A edição da Editora Intrínseca está boa, e o trabalho gráfico do livro ficou bem simples, mas casou perfeitamente com o clima do livro. A única coisa que me incomodou foi o tamanho da fonte/qualidade da folha que atrapalhou um pouco a leitura, mas entendo que se o papel fosse um pouco mais grosso o livro ficaria parecendo uma bíblia.
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Recomendo o livro para os fãs de livros investigativos com boas narrativas, e também para os leitores que gostam de livros que apesar de serem fictícios, apresentam boas doses de realidade.
Resenha escrita por Guilherme Cepeda – Burn Book ©