Cinquenta Tons de Cinza foi relançado (como livro) em 3 de março de 2012 e ficou no mercado por 10 minutos, e nesse tempo bateu recorde de vendas, devido ao seu conteúdo digamos assim, erótico. (Cinquenta Tons de Cinza é considerado XXX, mantenha fora do alcance das crianças)
Em poucas palavras, Cinquenta Tons de Cinza é baseado em Twilight, no romance em si, mas não aborda o sobrenatural, levando para o lado de lobos, vampiros, fadas (vampiros que brilham no sol) e etc …. Este livro explora o mundo secreto de BDSM (Bondage e Disciplina, Dominação e Submissão, Sadismo e Masoquismo), e todos os personagens imersos nele.
O livro conta a história de Anastasia, uma jovem americana de 22, tímida, ingênua que por acaso vai entrevistar um empresário chamado Christian Grey (ou Sr. Grey para os íntimos) e acaba se sentindo atraída por ele. Christian Grey é como um imã para Anastasia, mas no decorrer do livro ela descobre que ele tem alguns costumes digamos, diferentes ….
E.L James criou uma trama baseada no mundo de BDSM, incluindo cenas extremamente quentes, conteúdo erótico e sexo, muito sexo. Cinquenta Tons de Cinza não é um livro para qualquer pessoa, ele confronta diretamente um enigma da nossa sociedade: Estamos prontos para falar sobre sexo?
O assunto ainda é pouco discutido, ainda mais em publico. Acredito que Cinquenta Tons de Cinza vai servir para disseminar e trazer o assunto da sexualidade para o cotidiano das pessoas. E.L James criou em Anastasia uma personagem que deixa a voz interior aflorar, invocando sua “deusa interior”, uma mulher decidida, que se sente bem ao satisfazer os seus desejos, no caso as relações com Christian Grey.
A autora colocou no papel todos os seus desejos e deixou a imaginação fluir (até demais), o que acabou atraindo muitos leitores para o livro. Confesso que não conseguia parar de ler até a metade do livro, mas depois disso a narrativa começou a ficar maçante e arrastada, parecia que o livro se resumia a sexo. Dependendo do ponto de vista, Cinquenta Tons de Cinza pode ser interpretado como um livro para vender sexo, se foi essa a intenção da autora, ela fez isso muito bem.
Não sei se foi comigo, mas senti que E.L James quis guardar muita coisa para o segundo livro e transformou Cinquenta Tons de Cinza em um manual de BDSM com extras dos relatos dos encontros e problemas do “relacionamento” entre Anastasia e Christian Grey. Algumas citações do livro são tão desconexas que beiram o lado cômico, não vou negar que me diverti com as comparações e os comentários de Anastasia. A linguagem utilizada pela autora é muito simples, o que já era esperado, sendo que o livro era uma fanfic, mas nada que prejudique a leitura.
O livro foi originalmente publicado como fanfic em um site, e fez tanto sucesso que acabaram por adaptar a fanfic para uma trilogia de livros. Cinquenta Tons de Cinza é um livro que divide muitas opiniões, mas tem potencial para ser um best seller no Brasil assim como no exterior. O que atrai os leitores para Cinquenta Tons de Cinza é a curiosidade e o tal do “boca a boca”.
A sociedade ainda não está acostumada a falar sobre sexo, e busca no livro uma saída para discutir mais sobre o assunto. A mídia usa sexo para vender quase tudo, mesmo que indiretamente, a maioria das propagandas tem uma referência ao mesmo. E L James soube unir vários elemento e transformar um livro que aparentemente fala sobre sexo em um best-seller.